Enfermagem e o alcool
O envolvimento de qualquer profissional de enfermagem quer com o doador, ou o receptor é necessário conhecimento sobre os direitos humanos, ética e legislação sobre a morte cerebral e doação de órgãos. As dimensões culturais, psicológicas e religiosas envolvidas neste processo não podem ser subestimadas. As atividades realizadas pelos profissionais de enfermagem são carregadas de emoções e sentimentos como insegurança, angústia, pena, medo e raiva. Os profissionais percebem a importância de realizar as atividades que são da sua competência e não querem “fugir” às suas responsabilidades, mas também necessitam de apoio e de arranjar estratégias para lidar com os seus conflitos internos.
Começaremos por referir o papel do enfermeiro na equipe de doação de órgãos e seus sentimentos perante a morte cerebral, vestem o enfermeiro ser o profissional de saúde mais próximo do doador e respectiva família. A família é um elemento importante neste processo, mentir-lhe ou transmitir-lhe falsas esperanças não é solução, visto o enfermeiro ter investido no doente e família enquanto vivo, e por isso, perceber a dinâmica, cultura e o seu contexto, é o profissional mais apto para envolver a família neste processo adequando a informação às necessidades da família, bem como apoiá-la emocionalmente, trabalhar o luto e o processo seguinte.
Para perceber a dualidade de sentimentos dos enfermeiros é importante perceber as suas funções e atividades que envolvem o cuidar da pessoa antes de ser doador, começa por tratar de um ser vivo com quem estabelece uma relação e as suas funções visam a sua sobrevivência, em que numa fase seguinte tem de “parar de tratar um vivo para começar a preparar um morto para doação”.
O enfermeiro na equipe de transplantes, apesar de a decisão, a indicação e a execução de transplantes não serem competências de enfermagem, o seu papel não é menos importante, pois o transplante de órgãos exige não só conhecimento técnico (teórico-prático)