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CELSO MING
11 Outubro 2014 | 16:00
O Fundo Monetário Internacional (FMI) avisa que a revolução do gás de xisto vem produzindo impactos não apenas sobre a economia dos Estados Unidos, mas também sobre a do resto do mundo
O Fundo Monetário Internacional (FMI) avisa que a revolução do gás de xisto vem produzindo impactos não apenas sobre a economia dos Estados Unidos, mas também sobre a do resto do mundo.
A avaliação aparece em box especial no relatório divulgado na terça-feira intitulado “Desenvolvimentos recentes, projeções e prioridades de política” e aprofunda análises já feitas por bancos e consultorias.
O primeiro desses impactos é a estabilização (ou até mesmo a queda) dos preços da energia, apesar das desordens no mercado do petróleo e gás produzidas pelas perturbações provocadas por fatores geopolíticos, como a crise da Ucrânia e a atuação dos fundamentalistas do Estado Islâmico no Oriente Médio.
A revolução do gás de xisto nos Estados Unidos derrubou a importação de combustíveis fósseis de US$ 412 bilhões em 2008 (2,8% do PIB) para US$ 225 bilhões em 2013 (1,3% do PIB). Em consequência disso, passou a sobrar carvão que hoje está sendo exportado para a Europa, fator que, por sua vez, reduziu a dependência de gás proveniente da Ucrânia.
O grande aumento da competitividade dos Estados Unidos não se limita aos setores industriais eletrointensivos. Os efeitos do choque da derrubada dos preços da energia já podem ser identificados no aumento da produtividade de toda a indústria. Diz o documento, numa tradução livre: “Em um ano e meio, a redução de 10% nos preços relativos do gás natural nos Estados Unidos foi responsável por um crescimento de 0,7% na produção industrial em relação à da área do euro”.
É claro o recado implícito para o Brasil, cuja indústria vem sofrendo desidratação crônica. Vai ficar muito difícil para o produtor brasileiro competir com o dos Estados Unidos não apenas em petroquímica e indústrias altamente