ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS BRASILEIRAS
1. Introdução
O crescente debate em torno dos reflexos do crédito sobre a economia, em particular a respeito do comportamento do consumo, torna o tema bastante oportuno para se entender, de fato, os reais impactos que a política monetária, em especial a creditícia, vem exercendo sobre o nível geral da atividade interna no Brasil.
O presente estudo tem objetivo de dar continuidade à avaliação sobre o impacto da evolução das operações de crédito para pessoas físicas sobre o orçamento das famílias desde janeiro de 2010. O sistemático aumento na oferta de crédito nos últimos anos, aliado ao crescimento real da renda, principalmente nas classes de menor poder aquisitivo, torna essa avaliação essencial para se obter a realidade da evolução do nível de endividamento e solvência das famílias.
2. Desenvolvimento
O endividamento da família brasileira tem sido um tema recorrente na mídia nos últimos anos, onde frequentemente são produzidas reportagens sobre as situações de inadimplência. Cabe lembrar que o incentivo às compras, a inclusão de novas classes sociais na sociedade de consumo, a facilidade de crédito, a redução de taxas em muitos bens duráveis, a manutenção da geração de emprego e a confiança dos cidadãos na economia, provocam uma movimentação das pessoas em direção à aquisição de bens e serviços.
Em princípio, os motivos acima descritos não são causa direta de inadimplência. O que preocupa é quando as famílias não são prudentes na hora do planejamento das compras, comprometendo sua renda mais do que seria possível ou recomendável. Porém, em junho também houve decréscimo nas exclusões dos registros, de 1,1% em relação ao mesmo mês de 2011, o que indica que muitos brasileiros continuam com dificuldades para pagar as dívidas vencidas que levaram a inclusão nos registros do SPC.
As comparações