Enchentes na mídia
Em 2 de fevereiro de 1997, o Jornal “O Estado de São Paulo” conseguiu chamar atenção para mais do mesmo, estampando em sua primeira página uma foto de um homem negro, vestindo um calção branco, remando uma balsa também branca. O título da matéria era: “Jardim Pantanal vira Veneza quando chove” e o subtítulo explicava: A “gôndola” é a capota de uma perua, os rios são ruas inundadas: esse é o Jardim Pantanal, na Zona Leste da cidade.
Na mesma edição do jornal, à página C8, o então prefeito Celso Pitta, declarava em relação às enchentes na cidade: A solução é trabalhosa. Trata-se de obras de engenharia hidráulica, parte pronta e funcionando. Os piscinões funcionaram satisfatoriamente, tanto aquele que está concluído há bastante tempo – o do Pacaembu – como o do Brooklin, que não está pronto mas funcionou hidraulicamente. Vamos continuar as obras de canalização de córregos e aprofundamento da calha do Rio Tietê, que já foram iniciadas pelo governo estadual.
Os chamados “critérios técnicos” que definem os processos de investimento público na cidade, concentraram seus recursos em piscinões no Pacaembú e no Brooklin, bairros de renda alta e média, sendo que para os moradores do Jardim Pantanal a certeza é a espera por novas enchentes nos próximos verões.
Enchentes, e suas “soluções técnicas” já fazem parte da história da cidade de São Paulo, e destacando a sensação de deja vu das notícias sobre enchentes, cabe destacar outra datada de março de 1902, do Jornal “O Correio Paulistano” que noticiava que depois de fortes chuvas no bairro do Bom Retiro, junto ao Tietê e ao Tamanduateí, muitas ruas acham-se transformadas em canais que apresentam um aspecto pitoresco, lembrando as ruas dos bairros populosos de Veneza, com as