Encenação Teatral
A explosão do Espaço
A explosão do espaço
Começou no séc. XVII, os novos palcos construídos em forma de ferradura, retangulares e semicirculares deixam o público cara a cara com a encenação teatral e consegue uma melhor acústica, principalmente no caso das grandes óperas. A sala italiana é o estudo de uma hierarquia social, lembrando que quem freqüentava o teatro eram os burgueses, os aristocratas.
Por três séculos o palco italiano foi considerado como o supra sumo da arquitetura teatral, a solução que oferece as melhores condições de visibilidade, de acústica e que possibilita todas as transformações cênicas, mas que a partir do final do séc XIX, com Antoine, começa-se a questionar a verdade absoluta dessas afirmações.
Antoine: A elaboração da teoria da 4ª parede não seria possível sem o palco italiano. É a posição fixa do espectador que possibilita ficar face-a-face com o espetáculo, como a atitude de quem contempla uma pintura.
Em maio de 1890, em Théâtre Libre, Antonie denuncia a irracionalidade do espetáculo à italiana: questiona a forma semicircular do teatro afirmando que a visão é prejudicada e que 1/3 dos espectadores não ouvem bem, preconiza racionalização da sala inspirada no teatro construído para Wagner em Bayreuth em 1876, ou seja: Colocar todos os espectadores de frente, dispostos normalmente em planos com declive de tal modo que mesmo o mais afastado se ache ainda numa posição razoável para que seu raio visual abranja a totalidade do palco.
A democratização do teatro conduz, sobretudo a um questionamento da estrutura à italiana.. A sala italiana é o espelho de uma hierarquia social, que a qualidade desigual das localidades, visibilidade, acústica ou conforto, não deriva de uma impossibilidade técnica e sim de uma divisão social que não admite que o pequeno burguês goze das mesmas condições que o aristocrata..
Romain Rolland: Em 1903 sugere tirar o teatro da sala italiana