EMPRESA FAMILIAR E AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS MEMBROS DA TERCEIRA GERA O
Resumo
São poucas as empresas familiares que sobrevivem à geração seguinte. Em termos gerais, cerca de 30% sobrevivem à segunda geração e menos de 15% à terceira geração. Na literatura há poucas pesquisas que tratam das especificidades das empresas familiares que passam a ser administradas pela terceira geração. O objetivo deste trabalho é identificar as principais dificuldades enfrentadas na gestão familiar na transição aos membros da terceira geração. O método utilizado foi o estudo de caso de um grupo empresarial familiar brasileiro composto por 12 empresas. Utilizaram-se como instrumento de coleta de dados entrevistas individual por pautas, gravadas com os membros gestores da família (primeira, segunda e terceira gerações). Aplicou-se a técnica sugerida por Miles Huberman (1994), para agrupar os dados em categorias analíticas e assim facilitar análise do discurso contida nos blocos de respostas. Como resultado, verificou-se que a transição para a terceira geração está fortemente associada à relação família-empresa no que diz respeito aos seguintes fatores: a) processo sucessório influenciado por valores familiares e emocionais b) conflitos, rivalidades e divergências de visão estratégica e de objetivos empresariais entre as gerações; c) ausência de critérios profissionais para a contratação de parentes nas empresas; e d) fragilidade de comunicação e conseqüente assimetria de informações entre os membros da família.
Palavras-chave: Gestão familiar. Terceira geração. Sucessão familiar.
1 INTRODUÇÃO
Grandes grupos empresariais brasileiros são de propriedade familiar. A gestão desses empreendimentos está, na maioria das vezes, restrita aos membros da própria família (BETHLEM, 1994). Contudo, o aumento da concorrência internacional após a abertura comercial na década de 1990 impõe cada vez mais desafios aos mercados. Como, nesse cenário, será conduzida a continuidade dos negócios