Empresa Familiar e as Dificuldades Enfrentadas pelos Membros da 3ª Geração
Autoria: Emerson Antonio Maccari, Milton de Abreu Campanário, Martinho Isnard Ribeiro de
Almeida, Alessandra Martins
Resumo
Na literatura especializada há poucas pesquisas que tratam das questões que envolvem as relações família-empresa dos membros da 3ª geração de proprietários da empresa familiar. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é identificar as principais dificuldades enfrentadas pelos membros da 3ª geração no que concerne à continuidade dos negócios. O método utilizado foi o estudo de caso único em profundidade em um conglomerado familiar brasileiro de grande porte composto por 12 empresas. Utilizou-se como instrumento a entrevista individual por pautas com os membros da (1ª, 2ª e 3ª geração). Adicionalmente, aplicou-se a técnica sugerida por Miles e
Huberman (1994) para agrupar os dados em categorias. Verificou-se que as principais dificuldades enfrentadas pela 3ª geração estão associadas à relação família-empresa nos seguintes aspectos: a) processo sucessório b) rivalidade entre os filhos; c) entrada de familiares na empresa;
d) profissionalização da administração; e e) conselho familiar.
Introdução
De acordo com Bethlem (1994) cerca de 90% dos grandes grupos empresariais brasileiros são de propriedade familiar. A gestão destes empreendimentos está na maioria das vezes restrito aos membros da própria família. Porém, com o aumento da concorrência internacional após a abertura comercial na década de 90, vem impondo cada vez mais desafios à continuidade dos negócios sob o comando familiar.
Para se ter uma idéia as empresas familiares que sobrevivem à gestão do seu fundador constituem uma exceção. De fato, segundo Fritz (1993) e Morris et al. (1998), Oliveira (1999)
Venter, Bosholff e Maas (2005) cerca de 30% das empresas familiares passam para a 2ª geração e apenas 14% para a terceira. Neste sentido, Magretta (1998) e Matthews, Moore e Fialko (1999)