EMPATIA As pessoas se preocupam em ser simpáticas, mas pouco se esforçam para serem empáticas, e algumas talvez nem saibam direito o que o termo significa. Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de compreendê-lo emocionalmente. Vai muito além da identificação. Podemos até não nos identificar com alguém, mas nada impede que entendamos as razões pelas quais ele se comporta de determinado jeito, o que o faz sofrer e os direitos que ele tem. Desculpe, foi força de expressão. O narcisismo, por exemplo, impede a empatia. A pessoa é tão autofocada que, para ela, só existem dois tipos de gente: os seus iguais e o resto, sendo que o resto não merece um segundo olhar. Narciso acha feio o que não é espelho. Ele se retroalimenta de aplausos, elogios e concordâncias, e assim vai erguendo uma parede que o blinda contra qualquer sentimento que não lhe diga respeito. Se pisam no seu pé, reclama e exige que os holofotes se voltem para essa agressão gravíssima. Se pisarem no pé do outro, é porque o outro fez por merecer. Afora o narcisismo, existe outro impedimento para a empatia: a ignorância. Pessoas que não circulam, não possuem amigos, não se informam, não leem, enfim, pessoas que não abrem seus horizontes tornam-se preconceituosas e mantêm-se na estreiteza de sua existência. Qualquer estranho que possua hábitos diferentes dos seus será criticado em vez de aceito e considerado. Os ignorantes têm medo do desconhecido, e o evitam. E afora o narcisismo e a ignorância, há o mau caratismo daqueles que, mesmo tendo o dever de pensar no bem público, colocam seus interesses acima de todos e trabalha só para si mesmo, e aí os exemplos se empilham: políticos corruptos, empresários que só visam o lucro sem respeitar a legislação, pessoas que usam sua posição social para conseguir benefícios que deveriam ser conquistados pelos trâmites usuais, sem falar em atitudes prosaicas como furar fila, estacionar em vagas para deficientes, terminar namoros pelo facebook,