Emergência do Brasil como Potência Regional na Economia-Mundo
A partir de 1970 o Brasil mudou a sua posição na economia-mundo, assumindo a categoria de semi-periferia como uma potência regional. Este movimento começou entre 1967-1973, quando dois processos inter-relacionados impulsionaram a transformação do sistema capitalista mundial: a radical crise/reestruturação dos seus padrões de acumulação, até então baseados no taylorismo e no fordismo, e a revolução tecnológica, principalmente na microeletrônica e na informática (controle do espaço e do tempo). As corporações multinacionais e os grandes bancos transnacionais impuseram uma nova divisão internacional do trabalho, na qual os Estados Nacionais deixaram de ser as unidades econômicas da nova realidade histórica. Apesar da recessão global, a descentralização industrial e os créditos abundantes oferecidos pelos grandes bancos – combinados com condições internas específicas – produziram uma profunda diferenciação no setor periférico da economia mundo.
Brasil, México, os Tigres Asiáticos, a China e a Índia experimentaram um breve ciclo de crescimento (1967 a 1982), sustentado pelo endividamento externo e por intervenção estatal, emergindo como semi-periferia. No caso do Brasil, esta mudança de posição foi atingida em função de condições preexistentes, tais como: um grande território, um mercado interno significativo, uma sólida base industrial estabelecida antes de 1970 e uma política promovida por um regime autoritário socialmente excludente: os militares conquistaram o Estado, que tomou para si a execução de um projeto geopolítico para a modernidade.
Autoritarismo: estratégia para acelerar o desenvolvimento do capitalismo brasileiro resultou em uma modernização conservadora. No Projeto Geopolítico para a Modernidade há uma intencionalidade do domínio do vetor científico-tecnológico moderno para o controle do tempo e do espaço, entendido pelas forças armadas como condição para a constituição do