Em que Crê um Calvinista
Mauricio Andrade
Há, nas Escrituras Sagradas, uma demanda por transparência e definição! O profeta deve apresentar a visão de modo que até o corredor possa lê-la – em plena corrida! (Hc 2.2). Nossa palavra deve ser sim, sim! ou não, não! – sob pena de nos alinharmos com uma fonte maligna de informação (Mt 5.37). E existe um clamor por definição ainda no finalzinho da última profecia (Ap 22.11). Mesmo no início da Bíblia, já existe ordenação para evitar a confusão (Dt 22.5) – com a qual, aliás, Deus não se identifica (I Co 14.33).
Não costumo usar os termos calvinista e calvinismo, quando prego. A razão é simples: não é, geralmente, necessário. Refiro-me ao Evangelho e, pra mim e alguns outros (Charles Spurgeon, inclusive), dá no mesmo.
No entanto, às vezes, por motivo de clareza e compreensão, precisamos usar expressões histórica e teologicamente consagradas. Elas não definem o nosso time, a equipe à qual pertencemos. Definem, com mais precisão, nossa persuasão teológica. Há professores de seminário que são pastores de igreja. Alguns deles ensinam uma coisa na Academia e outra no púlpito. Não dá pra saber o que eles realmente creem. Tivemos em nossa igreja um seminarista que relatou, atordoado, a confissão de um de seus professores de que não cria que houvesse alguém ouvindo nossas orações. O jovem interpelou o mestre, após a aula, e perguntou por que, então, o professor ainda orava. A resposta: "Por causa da angústia humana!"
Outros professores negam, em classe, o relato da Criação, a existência de personagens bíblicos, a autoria apostólica dessa ou daquela epístola. Tudo supostamente apoiado em estudos científicos, pesquisas mais profundas, etc, etc, etc. Só não têm a coragem de dizer a mesma coisa nos púlpitos de suas igrejas: o
"povão" costuma ser mais conservador e alguém poderia perder o "emprego". Okay, conheço toda aquela conversa sobre Academia e Igreja e a diferença entre elas.
Mas estamos