Em português, claro!
Com o objetivo de levar a alguma reflexão sobre a nossa Língua, fica um excerto do preâmbulo do «Novo dicionário da língua portuguesa» de Cândido de Figueiredo,
1913:
«A orthographia, que, para os antigos padres-mestres, era uma parte da grammática, está reduzida actualmente a um intricado e curioso problema. Àparte meia dúzia de eruditos, que tomam o assumpto a sério, a generalidade dos nossos escritores modernos observam a orthographia que lhes ensinaram ou aquella a que se habituaram, preoccupando-se mediocremente com a razão do que escrevem. Todos os escritores estão convencidos de que orthographam bem e, entretanto, cada qual ortographa de sua maneira.[…] Officialmente, considera-se modêlo a orthographia do Diário do Govêrno.
É verdade que o próprio Govêrno, isto é, os ministros, só a praticam nas columnas da mesma fôlha; cá fóra, praticam o que lhes ensinou o professor de primeiras letras, cuja orthographia já brigava com a do professor da vizinha escola.»
Sem mais comentários acerca do extrato, avancemos.
Assunto 1: O verbo haver é uma palavra com algumas particularidades no
Português. Nesta lógica, quando utilizado com sentido de existir não tem sujeito, isto é, utiliza-se apenas na 3ª pessoa: «há Diário todos os dias», «houve muitos Diários ao longo dos anos». Então, quando se usa no plural? Nesta situação: quando significa ter e na formação do pretérito mais-que-perfeito composto: «Havíamos/tínhamos lido muito na escola.»; «Havia/tinha comido muito no dia da festa.» Aqui: o verbo conjuga-se em todas as pessoas: Eu/você/ele/ela/ eu havia, tu havias, nós havíamos, vós havíeis, vocês/eles/elas haviam encontrado/lido, percorrido, verificado, etc..
Assunto 2: o uso de mais bem/melhor. Como saber? Exemplos:
a) Uma notícia do Jornal da Tarde da RTP 1, de 3 de Maio de 20007, sobre eleições: «O PS encomendou uma sondagem para saber quem está melhor colocado.»
Está incorreto!
b) No jornal O Público de 23 de junho de