Em busca de novos padrões
Desde sempre se ouviu dizer que as crianças tem que ser educadas com base no respeito e na obediência. Podemos concordar sem pensar muito com esta afirmação, mas não é assim tão simples. A autoridade é uma figura fundamental na educação desde que a criança nasce. No entanto o que assistimos muitas vezes é ao autoritarismo dos pais, educadores, professores, que quando o exercem é porque seguramente perderam a autoridade. Autoridade e autoritarismo são conceitos muito diferentes. A autoridade surge na nossa vida pela primeira vez quando o pai (figura de autoridade na família) se interpõe entre mãe e criança cortando aquilo a que Freud chamou a lei do desejo (satisfação imediata), para passar a ser o desejo da lei (autoridade do pai), isto porque o pai quebra a ligação fusional entre mãe e criança. Quando isto se passa assim, tudo vai bem. Esta explicação serve apenas para situar a autoridade na vida do ser humano e o seu papel estruturante ao nível da personalidade.
A autoridade é algo necessário na nossa vida e que nos dias de hoje parece ter desaparecido da educação. Cabe aos pais exercerem essa autoridade, com afecto e sempre no sentido de disciplina, que servirá para o futuro na vida em sociedade. O homem é um ser social, como tal tem que se reger por leis e regras que o protejam a ele e aos outros. Disciplinar é ensinar. Não é castigar. Não é autoritarismo.
A investigação recente tem demonstrado que a selecção dos relacionamentos na juventude e na idade adulta tende a reflectir as vivências da vinculação da criança; e que esta processa a informação acerca de si própria e do seu ambiente a partir da relação com os adultos significativos da sua vida. Se os adultos a quem se vinculou (normalmente o pai e a mãe) são figuras permissivas, emitem mensagens contraditórias, e em vez de exercerem autoridade são autoritários (impõem sem afecto e sem razão) então, a criança tende a guardar esses conteúdos negativos, para si própria,