Em busca de deus
(Em busca de Deus)
Segundo o texto “História da Filosofia Cristã” de Philotheus Boehner e Etienne Gilson, para Agostinho, a sua vida, que é interpretada pela sua filosofia, se enquadra em uma busca incessante de Deus. Em suas confissões, revela a sua saudade de Deus e a inquietude da sua busca: “Não quero estar onde posso, nem posso estar onde quero: de ambos os modos sou miserável”. Essa procura por Deus representa uma busca da vida eterna, pela sobrevivência de sua alma. Agostinho nunca duvidou da existência de Deus, e meio que sem querer, em sua obra “De libero arbítrio”, ele expõe a prova da existência de Deus.
Evódio, interlocutor de Agostinho no diálogo “de libero arbítrio”, afirma que existe o livre arbítrio e que ele foi concedido por Deus. No entanto, existem aqueles que não acreditam na existência de Deus, e para convencê-los são expostas duas condições: a da boa fé e a da fé.
Agostinho ao perguntar a Evódio se ele sabe que existe, já que se não existisse seria impossível enganar-se, Evódio responde que é evidente que existe, pois tal evidência seria impossível se não vivesses. Ao admitir isso, Agostinho conclui que é evidente que também pensas. Dessa forma, se depara com uma prova da existência de Deus baseada na mais evidente das verdades: na existência da consciência conhecente. Logo se o indivíduo pensa que não pode pensar sem viver, nem viver sem existir, então ele sabe que pensa, que vive e que existe.
Ao desenvolver a prova da existência de Deus, Agostinho adota duas regras: a primeira é que aquilo que inclui certas outras perfeições, sem estar incluído nelas, é mais perfeito que estas; a segunda é que aquilo que julga de outras coisas é mais perfeito que as coisas sujeitas ao seu julgamento. Mesmo aqueles que duvidam, sabem que existem, vivem e pensam. Contudo, para o homem pensar ele tem que existir e viver, logo o pensar é o conceito mais perfeito.
Agostinho tenta estabelecer uma gradação hierárquica na ordem do saber, e então