Em busca da verdade
A ciência humana que melhor nos dá a direção para a busca da verdade é inegavelmente a Filosofia, seu objetivo desde a Antiguidade Clássica até a contemporaneidade é esse, trazer o indivíduo a luz, luz essa que se entende por verdade. Buscar e encontrar a verdade nos remete a uma paz de espírito, como a ataraxia de Epicuro – uma paz na alma – um estágio onde o homem se conforma com o que lhe é posto, esse conceito se aproxima do cotidiano, uma vida de acontecimentos conhecidos, sem surpresas, ou seja, sem fatos inexplicáveis que nos leva a racionalizar sobre eles, o que também é entendido como verdade. E se encontrar a verdade nos leva a esse comportamento, a verdade que ao mesmo tempo é o combustível da Filosofia, que nos induz a pensar, é também a arma para o Estado ou outro que tem interesse em impor a verdade, tal como um ópio oferecido ao povo e dessa forma o dominar.
Aqueles que buscam a verdade, filósofos ou não, o fazem com intuito de encontrar explicação naquilo que já não conta com uma definição completa que atenda suas perspectivas, essa busca começa quando, uma verdade é confrontada por um fato novo, que nos leva a se perguntar o porquê e na maioria das vezes esbarra nos dogmas, verdades consideradas irrefutáveis e incontestáveis, devido aos valores que, até então, estavam em conformidade com esse dogma, ficando assim fundamentado para a sociedade que se guia pelos valores que cultua. Marilena Chauí compara a atitude dogmática à moldura de um quadro, onde estamos inseridos, tudo está formado e completo e não cabe mais ponderação ou dúvidas, pois tudo está explicado. E ainda completa, afirmando que nós como seres humanos estamos fadados ao dogmatismo, pois agindo assim suprimimos o extraordinário a algo já conhecido. Para livrar-se do dogma o indivíduo apelará para a estranheza, dessa forma a dúvida vai surgir e ele passará a questionar-se a respeito daquela que já estava explicada. Podemos pensar que o dogma é uma