Em boa companhia
No filme Em Boa Companhia ( In good company, 2004), Dan Foreman ( Dennis Quaid) é um daqueles executivos completamente apaixonados pelo trabalho, dono de uma simpatia capaz de contagiar a todos no escritório da revista de esportes onde é vice-presidente da área de vendas, alguém que realmente se importa e acredita no que faz. É pai e marido atencioso, e tem uma vida aparentemente perfeita. Isto até o momento em que um milionário conglomerado de mídia compra a revista e decide reestruturar toda a sua equipe – não importa se os que estão lá são competentes e têm suas vidas ligadas à empresa a um longo tempo, o que vale é a lei das grandes corporações: chegar com a sua equipe nova e de confiança e começar tudo da estaca zero – podendo significar a demissão de Foreman. O que acontece é que ele não perde seu emprego, mas é rebaixado de seu posto e passa a ser subordinado de um moleque de 26 anos, o workaholic Carter Duryea (Topher Grace), um recém-executivo de publicidade tão completamente devotado ao trabalho que consegue ser abandonado pela esposa Kimberly (Selma Blair, um desperdício de participação) apenas sete meses depois de casados.
Como Carter não é bobo, e sabe ser completamente inexperiente na venda de espaços publicitários de uma revista, faz de Foreman seu "braço direito", aquele que deve ficar por perto para poder sugar seus conhecimentos e traduzir em números e gráficos o crescimento financeiro esperado pela corporação. Afinal, aqui a grande vilã é a cruel Globecom, empresa que não tem dó em ordenar freqüentes "cortes de custos" (leia-se "demissões") e tudo o que for necessário para aumentar as receitas. O que não combina com Dan Foreman, o bom coração que mantém a mesma equipe à décadas e que se sente perdido a cada vez que um novo "corte" de um de seus companheiros é feito.
O maior mérito do filme, sem dúvida, é seu fator humano. Mesmo que se utilize do artifício de mostrar as grandes corporações (com suas fusões, compras e