Elo perdido
O filme mostra o espetáculo atemorizante do confronto entre a Grã-Bretanha vitoriana e os pigmeus africanos, usando como pano de fundo as comunidades científicas e de entretenimento de meados do século 19.
É uma visão única do inacreditável exemplo da ignorância humana, da exploração e do racismo. Infelizmente, na segunda metade do filme, outro lugar comum do século 19 emerge -- o melodrama, com seus vilões, heróis e fraudes.
Isso termina por extrair a vitalidade de uma questão verdadeiramente fascinante. É o que parece acontecer com cineastas que não confiam que possam atrair a platéia sem a linguagem hollywoodiana.
O filme fica entre os campos do intrigante cinema independente e o entretenimento calculado para ser um sucesso comercial.
Portanto, apesar de um elenco que inclui Joseph Fiennes e Kristen Scott Thomas, os produtores terão o desafio de encontrar uma audiência curiosa sobre o assunto, mas pronta para perdoar o excesso de melodrama.
Uma expedição em 1870 à inexplorada África Equatorial, organizada pelo ambicioso cientista escocês Jamie Dodd (Fiennes) e pela viúva aventureira Elena van den Ende (Scott Thomas), captura, junto com animais selvagens para zoológicos europeus, um casal de pigmeus (interpretados com grande dignidade por Lomama Boseki e Cecile Bayiha).
Como muitos cientistas daquele tempo, Jamie e seus colegas acreditam na teoria de que os pigmeus representam um "elo vivo" entre o homem e o macaco.
Os dois africanos sequestrados sobrevivem a uma dura viagem oceânica até a Grã-Bretanha, onde são jogados em uma prisão escocesa improvisada e cutucados e exibidos como se fossem animais. Os arrogantes vitorianos não fazem uma ligação humana entre eles