Eliminação de células senescentes
Por Renata Tiscoski Nesi e Ana Cláudia Possidonio Semana passada, um estudo publicado na revista Nature demonstrou que a destruição de células senescentes pode prevenir desordens associadas ao envelhecimento. Durante toda a vida de um indivíduo, as células de diferentes tecidos passam por vários ciclos de divisões. As células dividem-se tanto para a renovação natural dos tecidos quanto para processos de reparo. Porém, quando atingimos idades mais avançadas, as sucessivas divisões acarretam a perda da capacidade de proliferação. Essas células que não possuem capacidade proliferativa são chamadas de células senescentes.
A senescência celular é um evento natural que acontece em todas as células. Esse processo foi descrito por Hayflick e colaboradores, que mostraram que células normais têm uma capacidade limitada de proliferar. Estas células não morrem mas ao mesmo tempo não crescem e não se dividem, e além disso podem liberar substâncias nocivas que podem causar o aparecimento de doenças.
O estudo realizado em Minnesota, Estados Unidos, identificou as células senescentes e realizou a inativação de uma proteína chamada p16lnk4a. A proteína p16 é conhecida pelos pesquisadores como um marcador biológico sinalizador de que a célula está com uma capacidade proliferativa muito reduzida. A inativação da p16 conseguiu retardar o envelhecimento em uma linhagem de ratos. Os cientistas observaram uma diminuição da perda de massa muscular e um não desenvolvimento de catarata nos ratos em que a proteína foi inativada.
Os pesquisadores Darren Baker e Jan van Deursen relataram que esta pesquisa abre caminho para uma futura tentativa de remoção dessas células em seres humanos, e o pesquisador Felipe Sierra, que ajudou a fundar a pesquisa, acredita que a senescência parece ser relevante desempenhando um papel importante nas doenças relacionadas com a