Eletrecidade
Pode ser utilizada pelo peixe para se defender do ataque de um predador, para atordoar uma possível presa ou pode também ser usada na comunicação entre indivíduos de uma mesma espécie ou mesmo de espécies diferentes. Só existem animais elétricos em ambiente aquático pois as águas dos rios e dos mares sempre possuem alguns sais dissolvidos e por isso são bons condutores de eletricidade. Mesmo a um metro de distância, é possível levar um choque de um poraquê. Já o ar atmosférico é um mau condutor: o poraquê só consegue dar um choque se encostarmos a mão em sua superfície. Os peixes elétricos são quase todos lerdos e dependem de sua descarga para caçar e se defender. Eles próprios são pouco sensíveis à eletricidade.
Produção da descarga elétrica
Em uma situação de repouso dentro das eletroplacas as concentrações de potássio são altas e as de sódio, baixas, devido a ação de bomba de sódio/potássio na membrana celular. Nesta situação a permeabilidade da membrana é maior para K+ do que para Na+, e a difusão de K+ para fora da célula é mais rápida que a de Na+ para dentro da célula.Assim, instala-se um potencial de repouso intracelular. Durante a produção da descarga, os eletrócitos são estimulados a ponto de alterar a permeabilidade da membrana, que aumenta para a difusão do Na+. Nesses eletrócitos ocorre uma corrente local rápida e grande, que inverte o potencial da membrana e excita as membranas dos outros eletrócitos adjacentes, tornando-os também despolarizados. A descarga vai se propagando de eletrócito à eletrócito, através de todas as eletroplacas que compõe o órgão elétrico. O sentido desta corrente elétrica pode variar conforme o tipo de peixe-elétrico. No poraquê, por exemplo, o sentido da corrente é da cauda para a cabeça. Já nas raias elétricas o sentido é da superfície ventral para a dorsal. Como os eletrócitos estão arranjados em série, os potenciais