Foucault e a Arqueologia do Saber
Cleusi T. Bobato Stadler1
Resumo
Pretende-se ao longo deste artigo, compreender parte da trajetória do método da história arqueológica, construído por Michel Foucault, analisando especialmente a obra Arqueologia do Saber. Da mesma forma, tem-se a intenção de explicar alguns de seus principais conceitos, como o de discurso, saber e a noção de formação discursiva, ou seja, a análise do discurso. O resultado deste trabalho visa poder concluir que Foucault não faz história das ideias, nem história das ciências, nem possui um método específico, mas ele traz a proposta da possibilidade de pensar a diferença numa ruptura, da positividade histórica, de uma região como interpositividade, a partir da qual um saber pode se constituir, a partir do qual teorias e conhecimentos, reflexões e ideias são possíveis.
Palavras-chave: Foucault; Arqueologia do Saber; Ruptura.
1- Foucault e a arqueologia do saber
Foucault nasceu no dia 15 de outubro de 1926 em Poitiers na França, numa família de médicos. Depois da Segunda Guerra Mundial ingressou na École Normale Supérieure, onde estudou filosofia com Maurice Merleau-Ponty. Em 1954, passou um período em Uppsala, Suécia, e depois viveu um período na Polônia e na Alemanha, retornando à França apenas em 1960.
Sua Tese de Doutorado defendeu em 1961 com a produção História da Loucura na Idade Clássica, na qual argumentava que a distinção entre loucura e sanidade não é real, mas uma construção social. Depois do mês de greves estudantis em 1968 em Paris, envolveu-se no ativismo político e continuou a trabalhar tanto como professor titular quanto como ativista pelo resto da vida.
Foucault acumula em sua produção bibliográfica obras de grande valor, tais como: As Palavras e as Coisas (1966); A Arqueologia do Saber (1969); Vigiar e Punir (1975); A História da Sexualidade: A vontade de saber (1976); O Uso dos prazeres (1984); O Cuidado de si (1984).
Foucault é considerado por alguns