Eleições
A unificação do caos
Emerson Louro
Advogado
emersonlouro@clampadvogados.com.br
A discussão do momento é sobre a unificação das eleições até 2020, ou seja, eleições municipais, estaduais e federais, em escala progressiva com lapsos temporais diferenciados, de modo a se conseguir até o ano de 2020 que todas elas sejam realizadas no mesmo ano e a cada quatro anos.
A ideia não seria de todo ruim, levando-se em conta, por exemplo, o custo de um processo eleitoral que, indiscutivelmente, se reduziria pela metade em relação ao processo eleitoral em duas etapas, a cada dois anos. Não nos esqueçamos de que mesmo num sistema de convocação onde os serventuários são voluntários, melhor, não remunerados, ainda assim os dois dias concedidos por lei àqueles que servem à justiça eleitoral acabam por refletir no comércio e, por conseguinte, na economia. Isto sem falar dos custos materiais do processo eleitoral que não é barato. Contudo, tal medida carece muita reflexão por parte de nossos legisladores e não pode ser tomada intempestivamente. Devemos ter em mente que antes dessa mudança há de se pensar uma reforma política, a fim de se enxugar o excesso de partidos hodiernamente presentes. Nosso sistema pluripartidarista traz consigo um emaranhado de ideologias desconexas a um propósito social maior. O que nos parece é que interesses difusos oriundos de uma determinada classe ou grupo econômico ensejam motivo para criação de novos partidos muitas vezes espelhos de outros tantos existentes. Portanto, pensar a unificação das eleições no Brasil implica, antes, uma reforma política séria capaz de reduzir ao máximo o grande número de partidos a um número significativo onde suas plataformas políticas sejam sólidas e pontuais, servindo desta maneira aos verdadeiros interesses da sociedade em detrimento dos interesses pessoais.
Não podemos ignorar que o Brasil é um país continental e muitas