Eleições de 1958

O Sobressalto Político de 1958

Depois da agitação politica vivida entre 45/50, onde surgiram movimentos de oposição como o MUNAF e MUD, o apoio externo ao regime por parte do bloco capitalista, e o uso da violência e da repressão assim como a estabilidade económica geraram um período de tranquilidade. No entanto existe uma ala liberal no seio do próprio regime, liderada por Marcello Caetano.
O descontentamento crescia também no seio das forças armadas a quem se juntam monárquicos e católicos.
A tensão interna cresce, quer devido ao clima de conspiração interna existente, quer devido à realização de eleições legislativas em 1957.
São marcadas eleições presidenciais para 1958.
Marcello Caetano é afastado por se pensar que se vencesse as eleições afastaria Salazar da presidência do conselho. Os salazaristas apoiam o Almirante Américo Tomás. A oposição apoia Humberto Delgado. O estilo direto, entusiasta e corajoso do general, fez com que ficasse conhecido como o “general sem medo”. Teve grande apoio popular e grande recetividade, sobretudo em Lisboa e Porto, o que revela o descontentamento das populações e o desgaste do regime.

Um momento bastante importante de referir foi, num café (Chave D’Ouro), em Lisboa, onde, Humberto Delgado, ao ser entrevistado por um jornalista que lhe perguntou que atitude teria perante o Presidente do Conselho (Salazar) caso fosse eleito, ao qual Humberto Delgado respondeu que o demitiria do cargo (se assim fosse o regime terminava). Tal afirmação caiu mal no seio do regime.

Apesar de tudo, as eleições terminam com a vitória de Américo Tomás, graças à manipulação dos resultados e à fraude (feita pelo regime no sentido de dar a volta à situação).
Após as eleições, em primeiro lugar, houve quem se questionasse se haveria liberdade de voto em Portugal e em segundo lugar Salazar resolve alterar a Constituição de 1933 (o PR não poderia demitir o Presidente do Conselho), colocando um intermediário entre o povo e o