Eleição na Argentina
Economia garante reeleição de Cristina Kirchner
José Renato Salatiel*Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Crescimento econômico e programas sociais asseguraram a reeleição da presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner no domingo (23 de outubro), com 54% dos votos contra 17% do segundo colocado, o socialista Hermes Binner.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Foi o resultado mais expressivo nas urnas desde a redemocratização do país em 1983, quando Raúl Alfonsin foi eleito com 51% dos votos. Cristina também se tornou a primeira mulher reeleita na história da Argentina.
O resultado confirma a popularidade da ex-senadora, que possui as maiores taxas de aprovação entre os eleitores desde o governo de Juan Domingos Perón (também eleito para dois mandatos sucessivos).
Há quatro anos, contudo, Cristina não tinha o mesmo apelo junto à população argentina. Quando assumiu o cargo, em 2007, era apenas a primeira dama que governaria à sombra do marido, o ex-presidente Néstor Kirchner (1950-2010).
Na época, o baixo índice de popularidade (23%) apontava somente um mandato, sem expressão e debilitado, ao final de 2009, com a perda da maioria aliada na Câmara dos Deputados.
Entretanto, com a morte do marido, há quase um ano, Cristina assumiu a frente das políticas sociais e econômicas e revelou força política, mesmo em ações polêmicas. Na Casa Rosada, perseguiu adversários e iniciou uma campanha contra o jornal Clarín, o maior grupo midiático argentino, ao mesmo tempo em que promoveu julgamentos de crimes da ditadura (1976-1983).
Para os 40 milhões de argentinos, porém, os bons rumos na economia foram decisivos nessas eleições. Para eles, a crise econômica que o país enfrentou entre 1998 e 2002 é um pesadelo ainda recente. Na virada do século, o PIB (Produto Interno Bruto) havia encolhido quase 20%, mais do que a Grécia atualmente.
Em resposta, Néstor Kirchner declarou moratória na dívida externa e revitalizou a