Eleiçoes
DE SÃO PAULO
14/08/2014 07h11
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RECIFE - Eduardo Campos morreu repentinamente e deixou os pernambucanos perplexos. E seu partido, o PSB, à deriva.
Campos reinava em Pernambuco como palmeira no cerrado, sem deixar que outros políticos o ameaçassem.
Momentos depois do anúncio da tragédia de quarta (13), houve o sumiço no Recife de cartazes e faixas que traziam a figura de Campos ao lado de seu candidato ao governo de Pernambuco em 2014, Paulo Câmara, ex-secretário da Fazenda.
Era tétrico demais. Mas ainda restaram, aqui e ali, Campos sorridentes ao lado de Câmara e de outros candidatos a deputado pelo PSB.
Paulo Câmara agora pode perder a eleição ao governo do Estado no primeiro turno para Armando Monteiro (PTB), aliado de Dilma Rousseff. Ele dependia totalmente do esforço e do apoio de alguém que não existe mais.
Grande ironia.
Eduardo Campos governou Pernambuco duas vezes. Passou a ser adorado no Estado depois de seu primeiro mandato.
Conquistou o segundo em 2010 com 83% dos votos no primeiro turno, na maior votação da história de Pernambuco. Derrotou sem dó um dos políticos mais tradicionais e conhecidos do Estado, Jarbas Vasconcelos (PMDB).
Há dois anos, Campos conseguiu eleger um poste na Prefeitura do Recife, Geraldo Julio (PSB), no primeiro turno. Esperava fazer o mesmo, agora no Estado, com Paulo Câmara.
Eduardo Campos cultivava uma imagem de político moderno e "market friendly", disposto a tudo para atrair capital e investimentos para Pernambuco.
Não à toa, o Estado liderou na última década o crescimento do Nordeste, região que mais evoluiu no Brasil.
Muito ligado e embalado por Lula, patrocinou um dos maiores ciclos de investimento de Pernambuco.
O Estado ergueu porto, refinaria, estaleiro, nova indústria automobilística, entre várias outras, e uma série de obras de infraestrutura com a ajuda federal.