Eja e q questão de genero no processo de escrita e leitura
Ler e escrever também é uma questão de gênero
Andréa Tereza Brito Ferreira
Resenha
A escrita tem um papel social, uma função. Assim a leitura não é meramente a decifração de um código, mas a compreensão do seu significado social. O uso da linguagem escrita tem implicações diretas nos modos de vida dos indivíduos, ampliando ou limitando suas possibilidades de ação. Desta forma a autora conceitua como analfabeto aquele que não domina a escrita alfabética e/ou aquele que não consegue fazer uso da leitura e da escrita nas diferentes atividades cotidianas.
A autora ainda explicita que a forma como cada sociedade investe nos sistemas educacionais reflete nos níveis de alfabetização de sua população. No Brasil o índice de analfabetos é muito preocupante. As regiões Norte e Nordeste são as que apresentam maior índice de analfabetos – principalmente mulheres, pois o conhecimento foi, e muitas vezes ainda tem sido centralizado para poucos eleitos – homens e brancos.
A mulher brasileira nem sempre teve acesso à escola. Até meados do século XIX a educação feminina era restrita a vida doméstica. Com a Lei de 15 de outubro de 1827 a mulher passa a ter direito à educação, porém essa educação era distinta da educação masculina, pois não visa um grande desenvolvimento intelectual e a autonomia feminina. Em seguida as mulheres passaram a fazer parte das Escolas Normais, escolas de formação de professoras, assim poderiam atuar no mercado de trabalho de maneira a não macular sua reputação. Em 1970 se deram os primeiros estudos sobre a situação educacional feminina no Brasil, tendo o Ano Internacional da Mulher em 1975 como a grande influência na realização desses estudos. Estatísticas apontam que as mulheres são a maioria do alunado no Ensino Médio, pois muitos homens abandonam a escola após a conclusão do Ensino Fundamental devido a sua entrada no