Bases teóricas nas quais a noção de paradigma se sustenta
O termo paradigma é originário do grego paradigma e encontra em Platão sua concepção mais remota como ideia de modelo ou exemplo. Como noção epistemológica contemporânea, contudo, tem sua gênese na Filosofia da Ciência, de onde é colhida, a partir de escritos de Gadamer, pelo físico Kuhn, que lhe fixa o conceito e desenvolve formulações teóricas destinadas às ciências exatas, associando realizações científicas a problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência.
Kuhn, em sua obra A Estrutura das Revoluções Científicas, acolhendo aquela noção, projeta a visão dos elementos estruturantes do paradigma como componentes de um corpo teórico dominante, acatados historicamente na dinâmica social e que, por isso mesmo, exercem função reguladora da ciência e determinam sua dinâmica e seu desenvolvimento.
Segundo Kuhn (1978, p. 60), uma comunidade científica consiste em homens que partilham um paradigma e esta “{...} ao adquirir um paradigma, adquire igualmente um critério para a escolha de problemas que, enquanto o paradigma for aceito, poderemos considerar como dotados de uma solução possível {...} (modelo hegemonico)”.
Ao longo da história pesquisas e observações são realizadas e muitas vezes como se observa, não se adequam, produzem contradições, ao paradigma vigente e dão origem a um novo. O novo paradigma se forma quando a comunidade científica renuncia simultaneamente à maioria das premissas que corporificam o antigo, deixando de considerá-las como objeto adequado ao escrutínio científico – peças do quebra cabeças que não se encaixam mais, cabe ao cientista buscar, descobiri as novas peças para o jogo.
Em Thomas Kuhn o conceito de paradigma analisa a evolução das ciências não como a acumulação linear de conhecimentos, pela aceitação ou rejeição de hipóteses, mas como a sucessão de períodos de continuidade e descontinuidade provocados por rupturas com o conhecimento existente.