Egito antigo
Rei-Deus:
Durante as três primeiras dinastias, aprece e consolida-se uma tradição cultural centrada no rei-deus. As instituições de governo ainda estão sendo formadas, como é demonstrado pelo fato de que os títulos dos funcionários surgem uma e outra vez, mas sem continuidade e hierarquia explícita. O palácio real é já o centro da administração. O rei designa em muitos casos parentes seus para as funções mais altas, entre elas a chefia dos nomos ou províncias. A cobrança dos tributos se faz sob supervisão direta do soberano. A cerimônia de renovação de poder era conhecida como festa sed, onde o rei “morre” e “renasce” simbolicamente, voltando a ser coroado e era realizada quando se completarem três décadas de reinado. Expedições militares externas são enviadas para garantir as rotas comerciais.
A meados do terceiro milênio abre-se, com a quarta dinastia – a dos construtores das grandes pirâmides – um apogeu monárquico que dura quatro séculos: o auge do Reino Antigo. Se ao iniciar este período a tendência ainda era de entregar os altos cargos aos parentes do rei, isto em seguida se modificou, e formou-se uma verdadeira burocracia de estado. O rei, como Deus, é a origem de todos os poderes, podendo falar em nome dos deuses, mas também no seu próprio, sendo igualmente divino. Ele representa nesse mundo a filha de Ra, o Sol, a deusa Maat. Trata-se de uma divindade tardia e artificial, encarnação personalizada da verdade e da justiça num único conceito, é ao mesmo tempo divina, natural e social e então começaram os comércios marítimos.
A religião egípcia:
Até o Pré-Dinástico, cada nomo tinha o seu próprio deus principal, cultuando num santuário construído com materiais perecíveis. Se a dispersão dos cultos locais nunca foi de todo eliminada, não há dúvida de que, com a unificação política, a reflexão sacerdotal tentou pôr alguma ordem no mundo divino. O modo mais simples de fazer isto foi a organização das divindades em tríades