Educação
Paschoal Lemme (Rio de Janeiro, 1904 – Rio de Janeiro, 1997) foi um dos mais importantes e conceituados educadores brasileiros, responsável por inovar a visão sociológica da educação e o papel da escola dentro da sociedade.
Paschoal atuou como professor e administrador na rede pública de educação e foi idealizador de profundas mudanças no sistema de ensino. Seu nome figura em todas as importantes reformas da educação brasileira do século XX: participou ativamente da reforma da instrução pública juntamente com Fernando de Azevedo e Anízio Teixeira; foi pioneiro na educação para adultos; promoveu os cursos supletivos na União Trabalhista; e foi um dos autores do Manifesto dos Inspetores de Ensino do Estado do Rio de Janeiro.
Trocou correspondências com importantes educadores franceses e russos. Através da leitura de suas cartas pode-se recuperar parte importante tanto da história da educação no Brasil quanto da própria história política e social da república brasileira, do Tenentismo à Nova República, passando pela Era Vargas, época na qual Paschoal era diretor da Superintendência da Educação de Adultos e foi preso acusado de ministrar curso com orientação marxista aos operários.
Paschoal Lemme não pode escrever uma obra sistemática, pois viveu num período de grande repressão política, entretanto deixou uma vasta produção, incluindo diversos livros, artigos, correspondências e fotografias, que resgatam e revelam um período fundamental da história do Brasil.
Apesar do inevitável impacto político de suas idéias, Paschoal Lemme nunca foi um ativista de partidarismos políticos. Suas convicções e engajamentos eram fundamentalmente educacionais e sociológicos. E foi neste sentido que trabalhou e deixou como principal legado uma consciência sociológica do papel da educação na sociedade, tendo sido um dos primeiros a questionar a opinião até então estabelecida, que considerava a educação como agente modificador da sociedade.
Recebeu diversos prêmios e