Resumo – mesmo quem não pode comparecer às sessôes de La revue negre tomou conhecimento da estrela no Théâtre des Champs-Elysées, Josephine Baker. A vênus de Êbano do espetáculo (mas Josephine era da cor do mel escuro) aparecia em um cartaz de Paul Colin colado em todos os quiosques de Paris. Poiret desenhou um vestido para a srta. Ba-quér que relançou a cor-de-rosa numa moda efêmera, um vestido tão amplamente copiado que se tornou conhecido como la rabe Joséphine;sua cor caramelo foi a inspiração para o modismo dos bronzeados de sol em Deauville e na Riviera. O forte sotaque do francês americanizado de Josephine, tão repulsivo aos parisienses, tornou-se de repente chique. Em seu primeiro espetáculo, Josephine e as dançarinas de jazz de La revue – ela deslizando como uma cobra no dorso de um imenso negro – criaram as primeiras ondas de choque do novo fenômeno. Os ritmos primitivos e os movimentos desregrados da dança traziam à baila a glorificação do bom selvagem de Rousseeau, tema perenemente revivido por intelectuais franceses e estranhamente atraente aos sofisticadoos franceses. A era do jazz chegou a Paris com a estreia da Revue nêgre. A língua francesa tentou assimilar up-to-date,um jazz band, um cocktail e le jazz hot. Shimmy (ou shimmy shake, dança agitada popular na época). Uma exibição da nova dança, o char-less-ton, atraiu mutildões sem pretendentes ao Claridge nos Champs-Elysées, ao mesmo tempo que The Charleston Boys se apresentava no Mimosa. O tradicional chá dançante americanizou-se em um dancing; já não era mais chique ir aos bals musettes nos bairros pobres de Paris. Declinou a popularidade do acordeão, acompanhamento traditional das danças nos bals populares numa jazzflauta, um instrumento que parecia uma bomba de bicicleta. Brancos e negros misturavam-se tão casualmente em Paris quanto boêmios e aristocratas; o coquetel era internacional, sem distinção de cor ou classe. Bricktop era a mais famosa anfritiã da sociedade franco-americana dos