Educação e Politica
Demerval inicia sua abordagem questionando seu próprio título no que diz respeito ao termo “ontológico” e Histórico”, atentando para o fato de que estes dois fundamentos caminham juntos e que não se poderia examinar um e depois outro separadamente. “Isso porque o ser do homem e, portanto, o ser do trabalho, é histórico.”(p. 152) Afirma ainda que o enunciado do trabalho seria mais preciso se fosse “ trabalho e educação: fundamentos ontológicos –históricos. Este comentário faz muito sentido pelo fato de que a natureza do ser (ontológico) e a história da humanidade se constituem em um movimento mútuo de mudanças e acontecimentos simultâneos, não tem como pensar uma coisa desligada da outra.
A relação do homem com o trabalho se deu naturalmente de acordo com as necessidades de sobrevivência destes, e consequentemente a sua relação com a educação, por serem desenvolvidas técnicas e conhecimentos que sempre foram passadas e trocadas na sociedade.
Como cita o autor, trabalho e educação são atividades especificamente humanas. Segundo Aristóteles, a racionalidade é o que os distingue dos demais seres de espécies diferentes e este considera ainda, que o pensar, o contemplar como próprio do homem, considerar o ato produtivo, o trabalho, como atividade não digna do homem livre.
Já para Bergson o essencial no homem é a capacidade de produção, particularmente de ferramentas, que os difere dos outros seres vivos, mas essa racionalidade que o permite fabricar não seria suficiente para definir a essência humana, faltaria ainda a intuição, o instinto. É importante destacar que desde seu surgimento, diferente dos animais que se adaptam à natureza, o homem precisou adaptar a natureza às suas necessidades como forma de sobrevivência.
“Podemos distinguir o homem dos animais pela consciência, pela religião ou por qualquer outra coisa que se queira. Porém, o homem se diferencia