Educação e Inserção no Mundo do Trabalho
Marcos E. F. Marinho
Dos primeiros anos do Ensino Fundamental até a chegada ao Ensino Superior, os jovens passam boa parte de seu tempo em ambientes escolares. A escola se apresenta como o lugar de aprendizagens e conteúdos que visam preparar os indivíduos para a vida e para o mundo, mas também se configura como um espaço de socialização, de desenvolvimento das suas capacidades e construção de seus projetos de vida.
Contudo, mais do que um agente de socialização e formação dos seus alunos, vem sendo cobrado da escola que ela esteja à altura dos enormes desafios do país no campo econômico. A ampliação do consumo em escalas crescentes e as inúmeras mudanças no mercado de trabalho, nos diversos segmentos produtivos, vêm exigindo a formação de mão de obra especializada em praticamente todas as áreas.
Estas mudanças trouxeram a educação para o centro do debate nacional, mais especificamente sobre a qualidade da educação. Não se trata mais da universalização do acesso à educação básica, mas do acesso e da permanência dos estudantes na escola e em que condições acontece o aprendizado dos conteúdos formais.
Segundo um estudo realizado pelo Ipea1 em 2009 sobre juventude, existe cerca de 1,5 milhão de analfabetos no país, em sua maioria jovens. Outro dado relevante é a presença da disparidade entre idade e série escolar, pondo sérios obstáculos à permanência e à progressão no sistema educacional.
Desse modo, a erradicação do analfabetismo é um desafio importante a ser vencido pela sociedade brasileira. Para além do acesso e da alfabetização, o desafio que se enfrenta é garantir a permanência do jovem nos estudos e oferecer educação básica de qualidade, especialmente no Ensino Médio.
Para isso é necessário considerar as pressões econômicas vividas pelas famílias de baixa renda que, ao verem seus filhos atingirem a faixa dos 14 anos, aproximadamente, começam a instigá-los a procurar emprego, assim como o jovem