Educação e cultura no contexto empresarial

No pré-requisito educacional ─ base para uma bem-sucedida execução dos múltiplos projetos que constroem um país ─ o Brasil apresenta, segundo as estatísticas, enormes deficiências. A baixa escolaridade brasileira, quando comparada à de outros países (em média, 7,5 anos; nos EUA, são 12), a reduzida formação universitária da população (apenas 11% dela têm diploma) e a posição inferior ocupada por nossas universidades no ranking mundial (nele, a nossa melhor está no 158.º lugar) apontam longos caminhos a percorrer para sermos um país de fato desenvolvido.

Muitos pais brasileiros procuram escolas de ensino fundamental e médio que proporcionem aos filhos o que eles não tiveram no seu tempo: merenda, livro didático, uniforme, transporte, cancha poliesportiva, etc. Por não possuirem, contudo, condições para avaliar tecnicamente a qualidade do ensino, consideram como ótima uma escola assim. Se soubessem como é a educação escolar em países desenvolvidos, concluiriam ser a brasileira, de uma maneira geral, muito ruim! A tudo isso cabe acrescentar: formação muito teórica e ideológica do professor brasileiro, politização e despreparo dos diretores, práticas em sala de aula ineficazes e desconhecedoras da literatura acadêmica, esta, sim, capaz de contribuir para o sucesso no ensino-aprendizagem.

Fruto dessa educação é o baixo rendimento no mercado de trabalho: um trabalhador brasileiro gera hoje perto de 22.000 dólares por ano de riqueza; o americano, cerca de 100.000 dólares, ou seja, são necessários 5 brasileiros para produzir a mesma riqueza que um americano. E o brasileiro não trabalha menos! Segundo a Organização Internacional do Trabalho e a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico, dedicamos mais horas de trabalho do que a maioria dos países ricos. O problema está na qualidade do nosso trabalho, não na quantidade.

Ensinar o mundo que virá, quem faz isso?

Indo mais fundo em nosso sistema educacional,constata-se que ele não ensina aos alunos o