Educação para o futuro (Resumo a partir de Cristina Kupfer)
Educação. São Paulo: Escuta, 2000.162 p. .
EDUCAÇÃO PARA O FUTURO: PSICANÁLISE E
EDUCAÇÃO
Leandro Alves Rodrigues dos Santos
Mestrando do Instituto de Psicologia - USP
O que podem fazer, conjuntamente, psicanalistas e educadores, pela Educação? Essa é uma questão que interroga, sutilmente, o leitor que se embrenha nas idéias de Maria Cristina Machado
Kupfer sobre a delicada (e polêmica) intersecção entre Psicanálise e Educação.
Os psicanalistas, quando não são ortodoxamente clínicos, se aventuram em outros aspectos da cultura e, ainda assim, comumente duvidam da possibilidade de algum tipo de colaboração efetiva da Psicanálise para alguma intervenção nos fenômenos do cotidiano escolar. Partem de uma premissa de que cada sujeito deve ser considerado singularmente, portanto o professor ou o aluno necessitariam ser escutados individualmente, para que alguma transformação oriunda da
Psicanálise possa se fazer notar.
Como pensar então, em fenômenos de amplitude social como o fracasso escolar, da indisciplina e do vandalismo que assolam algumas escolas, da desvalorização da figura do professor no imaginário social ou ainda da própria descrença sobre uma suposta garantia de ascensão socioeconômica por via de uma carreira escolar supostamente efetuada com sucesso.
Já os educadores, não entendem como alguém que ocupa um lugar de saber, não responde diretamente às questões formuladas, devolve questões no lugar de respostas, pergunta por aspectos subjetivos do educador ao invés do educando, não diz o que fazer, aponta sentidos estranhos aos discursos dos diversos atores da cena escolar, pede com freqüência para falar um pouco mais (falar o quê, afinal?) de um aluno ou de uma situação. Mas, afinal, como pode haver um diálogo, então, entre esses dois interlocutores?
Esse livro fornece alguns subsídios para que haja algum início de interlocução entre o psicanalista e o educador,