Educação Inclusiva - concretizando a ação pedagógica na adversidade
João Paulo F. Araújo1
O repúdio aos desiguais, ou à diversidade, existe desde tempos remotos. Na Grécia antiga, por exemplo, Platão tratou do aperfeiçoamento da sociedade por meio de processos seletivos de concepção do ser. Isso era, na realidade, uma forma arcaica de eugenia. Esparta sacrificava os deficientes, devido não serem úteis em situações de guerra. Na realidade, a eugenia é somente mais uma forma usada pelo homem de concretizar a segregação discriminatória de pessoas por suas características. Muitas nações mundiais, entre a segunda metade do século XIX o fim da primeira metade do século XX, também empenharam esforços numa busca pelo "humano perfeito". Exemplos são a Inglaterra, que selecionava pessoas de acordo com certo grau de inteligência, e os Estados Unidos, que objetivava eliminar gerações futuras de "incapazes", tais como doentes, raças consideradas inferiores, e empobrecidos através da proibição de casamentos, esterilização coercitiva e eutanásia. Outro exemplo foi a Alemanha, que proibiu o casamento ou contato sexual de alemães com judeus, pessoas com problemas mentais, pessoas com doenças contagiosas ou hereditárias, além da esterilização compulsória de pessoas com problemas hereditários junto com a castração de delinqüentes sexuais ou de pessoas que a cultura nazista assim qualificasse, como os homossexuais. Idéias de inaceitação à diversidade, associadas ao poder estatal e ao preconceito, podem gerar ações discriminatórias tão extremas como o holocausto. No Brasil isso também aconteceu, com relação aos negros ex-escravos quando em fins do séc. XIX e inicio do século XX, buscava-se medidas que visavam impedir a miscigenação. Observe-se que este fato coincide justamente com a época da libertação dos negros escravos, constituintes da grande massa pobre nacional. Acreditava-se que não haveria solução para os males sociais fora da biologia. Moralmente falando, a Segunda