biologia e ciencia
André Rocha é analista credenciado pela Apimec e atua há 20 anos como especialista na avaliação de companhias listadas na bolsa.
Os sete pecados na gestão de recursos
Quais seriam as principais falhas praticadas pelos administradores de recursos em seus processos de investimento?
Ao procurarmos o significado de “perene” no Google nos deparamos com “o que se conserva durante muito tempo; duradouro”. O sonho de qualquer analista é escrever algo que permaneça válido por longo tempo. Logo, perene. Contudo, não é uma tarefa fácil. A maior parte das corretoras tem preferido o antônimo: “transitório, provisório” — relatórios com abordagem no curto prazo, cujos maiores exemplos são aqueles voltados para a análise do resultado trimestral. Nem mesmo o preço-alvo das ações, teoricamente menos volátil por representar seu valor intrínseco, passa incólume, variando conforme a conjuntura.
James Montier parece ter conseguido escrever algo atemporal. Dia desses um amigo me enviou o relatório “Seven Sins of Fund Management — A behavioural critique”, da corretora Dresdner Kleinwort Wasserstein (DrKW), título que inspirou o nome deste artigo. O relatório foi publicado no já distante 18 de novembro de 2005, antes da crise do subprime, portanto.
Os sete pecados elencados são os seguintes:
1) Estimativas — projetar os resultados das companhias ou das variáveis macroeconômicas é tarefa complexa. O grau de acerto é baixo. Então por que as projeções continuam sendo usadas e são peça chave da decisão de investimneto? Porque o consenso de mercado cria a ilusão de um "porto seguro" em um mundo incerto. Por isso, o investidor não deve se basear exclusivamente no preço-alvo ou na estimativa futura do lucro. Vejo o método do fluxo de caixa descontado, a métrica mais usada pela análise fundamentalista, mais como uma ferramenta para entender a dinâmica da companhia do que para fornecer o valor final e definitivo da empresa e de sua ação. Serve, por exemplo, para observar