Educação Física
Luciana ROSSI*
Júlio TIRAPEGUI*
RESUMO
A fadiga, ou incapacidade de manter o rendimento durante exercício físico moderado e prolongado, tem sido tradicionalmente atribuída à inibições nos mecanismos de contração do músculo esquelético: a denominada fadiga periférica. Diversos trabalhos, recentemente, têm apontado que a fadiga durante o exercício de resistência pode ser atribuída à atividades serotonérgicas cerebrais (fadiga central), bem como ao o papel de certos aminoácidos, principalmente os de cadeia ramificada e os aromáticos, cujos substratos para o metabolismo intermediário são precursores de neurotransmissores do cérebro. Há agora convincentes evidências de que a indução pelo exercício nas alterações da razão triptofano livre
(TrpL)/aminoácidos neutros (AAN) está associada com aumento da concentração de serotonina cerebral e desenvolvimento de fadiga. A influência da manipulação nutricional na proporção TrpL/AAN no desempenho é ainda menos conhecida. O objetivo desta revisão é avaliar os prováveis mecanismos da fadiga central e periférica e as prováveis relações entre elas.
UNITERMOS: Nutrição; Suplementação de aminoácidos; Fadiga.
INTRODUÇÃO
* Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo.
A fadiga pode ser inicialmente definida como o conjunto de manifestações produzidas por trabalho, ou exercício prolongado, tendo como conseqüência a diminuição da capacidade funcional de manter, ou continuar o rendimento esperado. Fisiologicamente, o termo fadiga vem sendo definido, em inúmeros trabalhos da área, como a “incapacidade para manter o poder de rendimento”, tanto em exercícios de resistência, como em estados de hiper treinamento (Davis,
1995a; Jakeman, 1998; Lehmann, Foster, Dickhuth
& Gastmann, 1998; Parry-Billings, Blomstrand,
McAndrew & Newsholme, 1990; Williams, 1985).
Sua etiologia tem despertado grande interesse, principalmente devido ao fato de