Educação física militarista
LEMBRANÇAS DE VELHOS PROFESSORES*
CORRÊA, Denise Aparecida - (PEPGH-PUC/SP; SPQMH/UFSCar) depiucorrea@ig.com.br CAPES
Resumo
A vivência do cotidiano das aulas de educação física permite observar aulas predominantemente, quando não exclusivamente, práticas, desprovidas de momentos de reflexão e discussão.
Professores que, embora trabalhem com turmas mistas, insistem em separar os alunos, a partir do gênero (masculino e feminino). Contudo, é preciso considerar que este cenário reflete concepções e práticas historicamente construídas, as quais são influenciadas pelo contexto sócio-político e cultural de um dado período. O retrospecto histórico da educação física permite observar que com a sua obrigatoriedade no ensino secundário, disseminava-se, durante o governo Vargas, no contexto da rede escolar o método de educação física oficial que ficou conhecido como “Regulamento nº 7” ou “Método do Exército Francês”. Este estudo objetiva desvelar os processos de ensinar e aprender na educação física escolar na cidade de São Paulo no governo ditatorial de Getúlio Dornelles
Vargas, na perspectiva dos sujeitos que vivenciaram tal momento histórico enquanto alunos e que posteriormente formaram-se em cursos superiores de educação física e atuaram como professores no ambiente escolar formal público e/ou privado. Na tentativa de apreender as experiências dos sujeitos, recorrer-se-á as lembranças de dois professores de educação física, tendo como referencial teórico a história oral. A análise dos depoimentos possibilitou desvelar alguns aspectos envolvidos nos processos de ensinar e aprender educação física neste período histórico, dentre os quais destacam-se: a utilização do método francês, caracterizado como rigoroso, nas aulas de educação física no âmbito escolar mesmo após o término do regime ditatorial de Vargas e a permanência ao longo dos anos de práticas legitimadas neste momento histórico, e que