EDUCAÇÃO, DIVERSIDADE E A FORMAÇÃO DOCENTE
INTRODUÇÃO
As diversas transformações tecnológicas, o processo de globalização da economia e a mundialização da cultura, proporcionaram o aumento das informações e propiciaram maior comunicação entre os povos. Além dos já tradicionais temas relacionados à diferença de classes sociais, estes fatores trazem à tona questões relativas à etnicidade, gênero, religião, dentre outros. Como parte integrante e constitutiva dessa sociedade, a escola, enquanto instituição cultural, tem sido chamada a buscar o entendimento destas questões e a apontar formas mais democráticas de convivência.
Trata-se de uma complexa relação entre cultura e educação que carece de amplo debate e de entendimentos capazes de gerar ações que deem conta de traduzir, na prática, atitudes de reconhecimento e apreço à diversidade social e cultural e, consequentemente, o estabelecimento do respeito entre os seres humanos. Tais atitudes de apreço à diversidade, de acordo com McLaren (2000, p. 18), não podem vir qualificadas com hipócritas afirmações de assimilação e consenso, que, apenas, têm servido como apoio aos “modelos democráticos neoliberais de identidade”. Para este autor, ao tratarmos a questão da diversidade, devemos fazê-lo com ênfase na reflexão a respeito do processo pelo qual foi construída e continua a ser afirmada a supremacia de alguns grupos humanos em detrimento de outros, no intuito de questionar o poder e os privilégios presentes nas relações sociais. (HALL, 2006; MCLAREN, 2000)
Souza Santos (1999, p 62) nos informa que precisamos lutar pelo reconhecimento à diferença, entendida como parte constitutiva da singularidade humana, sem abdicar da igualdade de direitos, igualdade de tratamentos e igualdade de condições, porque “temos o direito a ser iguais quando a diferença nos inferioriza, temos o direito a ser diferentes sempre que a igualdade nos descaracteriza”.
As questões referentes às diferenças culturais suscitam um debate que