Educação Contemporanea
Para Frigotto (2010),
A educação no Brasil, particularmente nas décadas de 1960 e 1970, de prática social que se define pelo desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, atitudes, concepções de valores articulados às necessidades e interesses das diferentes classes e grupos sociais, foi reduzida, pelo economicismo, a mero fator de produção – “capital humano”. Asceticamente abstraída das relações de poder, passa a definir‐se como uma técnica de preparar recursos humanos para o processo de produção. Essa concepção de educação como “fator econômico” vai constituir‐se numa espécie de fetiche, um poder em si que, uma vez adquirido, IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL”
Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5
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independentemente das relações de força e de classe, é capaz de operar o
“milagre” da equalização social, econômica e política entre indivíduos, grupos, classes e nações (FRIGOTTO, 2010, p. 20). Durante a década de 1960, muitos eventos abalaram o sistema sócio‐educacional brasileiro. Dentre alguns, podemos citar: a promulgação da 1ª Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB, Lei 4.024/61); debates, reivindicações e lutas no campo político‐social, contra a ideologia de desenvolvimento então vigente, que colocava a escola como responsável pela formação da mão‐de‐obra preparada, visando o “desenvolvimento” do país; golpe militar de
1964; e a figura