educaçao inclusiva
CONHECIMENTO2
Prof. Dr. José Ribamar Tôrres Rodrigues
A sala de aula, como espaço social, representa um campo plural e permanente de construção de saberes a partir de interações e representações que constituem as estruturas de produção de saberes.
As interações
incorporam significados gerados pelas representações e, estas, por sua vez, são reelaboradas pelas novas interações, criando novos significados, mediatizados pelo discurso de sujeitos situados em um determinado horizonte social, no caso, o espaço geográfico, da sala de aula, da escola ou da sociedade. Mais recentemente, vários estudos utilizam as abordagens do cotidiano, baseados principalmente nas teorias de Lefebvre, Lukács, Kosik (1967) e
Agnes Heller (1977), e nas pesquisas de Patto (1991), Rockwell y Ezpeleta
(1983) bem como nas contribuições da hermenêutica e da epistemologia genética. O cotidiano da sala de aula do professor leigo apresenta singularidades em relação àquilo que se passa em outros espaços educacionais. Tais singularidades correspondem a uma rede de relações do cotidiano que representam uma tradução reelaborada das mesmas em razão de uma determinada visão de classe e da história dos sujeitos que ali interagem.
As sociologias clássicas totalizantes como o positivismo, o marxismo e o funcionalismo no intuito de racionalizar a sistematização de macromodelos e macrossistemas sobre os aspectos sociais, ignoravam a dimensão dos eventos do cotidiano no plano sócio-econômico global, tal qual se refere Laura Bovone,
(1996). É no espaço cotidiano que os agentes sociais estabelecem suas relações e constróem seus significados, que por sua vez justificam suas ações.
Este processo de relações e significados representam as condições iniciais de elaboração e reelaboração de saberes sobre si mesmos, sobre sua prática e sobre a realidade onde vivem. Daí, tornar-se necessário conhecer os mecanismos pelos quais os sujeitos são