Educacão Inclusiva
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Domingo, 15/09/2013, 09h47
Educação inclusiva: ainda uma utopia
Desde que o filho completou dois anos e meio, a professora de redação Marcela Castro deu início a uma jornada. Bater de porta em porta em busca de uma boa escola. “Procurei todas as grandes escolas particulares de Belém, sempre com o intuito de propiciar o melhor acolhimento a Lucas”. Com sete anos de idade, Lucas é filho de Marcela com o também professor de redação Raimundo Vieira. Portador de autismo, o menino integra a parcela dos 95% de crianças, entre 6 e 14 anos de idade, com deficiência que estão na escola. Um percentual que apesar de alto não implica motivos reais para comemorar. O preconceito e a falta de conhecimento das leis ainda deixam um grande contingente delas fora da rede regular. O pouco preparo dos professores para atender Lucas, e os demais alunos portadores de necessidades educacionais especiais, ou o pouco apoio dado a esses profissionais fazem com que, em alguns casos, o direito de estudar seja exercido pela metade por esses estudantes.
“Passamos por tudo. Desconhecimento, preconceito por parte de profissionais e dos pais das crianças. A escola em que ele estuda é pequena, acolhedora, mas só vai até o 3°ano, não sabemos o que faremos depois. Lucas já está no 1° e, em Belém, caso o próprio responsável não pague a mensalidade integral e uma facilitadora, dificilmente o processo de inclusão será garantido”, desabafa Marcela que já matriculou o filho em quatro escolas diferentes.
Apesar de garantido pela Constituição, o acesso de pessoas com deficiência à educação de qualidade, e gratuita inclusive, ainda é um desafio. Mesmo com o reconhecimento dos direitos das pessoas com deficiência sendo consolidado ao longo dos anos e com o progressivo aumento no número de matrículas na rede regular de ensino, ainda falta muito. Em 2005, segundo dados do Censo Escolar, foram realizadas em todo o país 262.243 matrículas de pessoas com deficiência. Seis anos depois o