Edmund Husserl
Oriundo do mundo das ciências, Husserl aponta a necessidade de algo que possa fundamentar também a filosofia como uma ciência autônoma. Ora, os princípios científicos não eram os mesmos da filosofia. Entretanto, para Husserl, cabe à filosofia o papel de ser a mais rigorosa de todas as ciências, sendo a única que possibilita chegar à verdade das coisas. Para Husserl, em primeiro lugar, o projeto de dar à filosofia o caráter de ciência legítima necessita de um fundamento sobre o qual possa se erigir, ou seja, um princípio originário e um método para chegar a ele.
O saber fundamentado não pode ser posto em dúvida, é evidente por si mesmo. Assim, o papel da filosofia é a busca pelas evidências. Nesse sentido, a fenomenologia aparece como a proposta de um método capaz de partir das evidências e alcançar o nível das essências, ou coisas mesmas. As essências são as verdades primeiras em si, únicas capazes de suster o edifício da ciência universal. Em todos os modos de redução, persiste a busca pelas essências, o fundamento. Uma vez certos de que o objetivo de tornar a filosofia uma ciência rigorosa pode ser alcançado, torna-se preciso o total despojamento de todo o conhecimento científico erigido até então, a fim de atingir as evidências em si, as evidências que tragam o sentido absoluto do objeto em questão, sem dar margens para questionamentos e desconfianças posteriores.
Suas principais obras foram Logische Untersuchungen (1900-1901), Ideen zu einer reinen Phänomenologie (1913) e Formale und transzendentale Logik: Versuch einer kritik der logischen Vernunft (1929).
A influencia de Husserl opera em várias direções. Em primeiro lugar, as penetrantes análises de suas investigações lógicas representam sério golpe no positivismo e no nominalismo, que imperavam no século XIX. Ao mesmo tempo, seu método, que