Edifício master

Resumo
A partir da análise do documentário Edifício Máster, de Eduardo Coutinho, o presente artigo pretende estudar a auto-reflexividade nos documentários contemporâneos, e analisar a criação de um discurso de representação do real. A questão da verdade permeia toda a história do documentário, hoje se tem acesso ao modo de produção dos filmes, e a linguagem adotada pelo diretor. Perceber essa linguagem é entender qual fragmento de realidade foi recordada e levada à tela. È por isso, que nos questionamos sobre o limite entre a realidade e a ficção nos documentários. Quais são os meios e os critérios adotados ao se fazer um documentário? Mostrar os modos de produção seria desvendar a linguagem que o diretor adota? E como fazer para traduzir o “outro”?
Palavras-chave
Documentário; Auto-reflexividade; Eduardo Coutinho.
Introdução:
O cinema começou experimentando atitudes documentárias, registrando acontecimentos corriqueiros, eternizando momentos que seriam depois resgatados em processos cheios de complexidade e diferentes interpretações. Era uma nova técnica que surgia, tomando as ruas como laboratório e transformando fatos cotidianos em experimentos. Os irmãos Lumière quando captaram, pela primeira vez, imagens “in loco” deram origem ao documentário, ressaltando que a câmera, neste momento, apenas registrava paisagens, dando movimento a elas, o que não acontecia com a Fotografia.
Com o tempo, as tecnologias trouxeram avanços à “captação da realidade”. Num primeiro momento, imagens em preto e branco, movendo-se como antes não era possível. Depois veio o som, primeiro em acompanhamento de fundo, depois vieram às trilhas musicais e as dublagens até chegar ao som direto que percebemos hoje. As imagens tornaram-se coloridas e mais aparatos técnicos permitiam a percepção do mundo, através das lentes da câmera. 1 Trabalho apresentado à Sessão Eventos Especiais III: Intercom Junior
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