ed.fisica
Criado na Grã-Bretanha oitocentista, o futebol tem atrás de si (em termos históricos) uma série de jogos que com ele partilham certas especificidades; sendo a principal o pontapear de uma bola. A inclusão de objetos esféricos em jogos, de carácter lúdico ou ritual, é uma constante nas diversas civilizações que povoaram o nosso planeta. Cada uma à sua maneira, enquadrada no seu espaço temporal e sobretudo cultural, desenvolveu jogos, que não sendo antepassados diretos do futebol moderno, podem ser incluídos numa árvore genealógica como parentes mais próximos ou mais afastados.
O primeiro desses jogos, assim rezam as crónicas, foi o jogo chinês Tsu Chu surgido algures entre o 2º e o 3º século A.C., embora a sua criação possa remontar a período ainda mais longínquo. O objetivo do jogo consistia em pontapear uma bola de couro, designada por zuqui, através de uma abertura numa rede com cerca de 30 a 40 cm de diâmetro, rede essa que se encontrava suspensa por canas de bambu a cerca de 9 metros do solo, com qualquer parte do corpo excetuando as mãos. Como se pode imaginar, a tarefa dos jogadores não era propriamente fácil, daí que estes fossem reconhecidos como extremamente dotados do ponto de vista técnico.
A exigência física e técnica do Tsu Chu tornou-o num exercício para os militares chineses, sendo um manual militar da Dinastia Han (206 AC – 220 DC) uma das mais ricas fontes de informação a respeito deste desporto. A versão militar do jogo introduzia adversários que atacavam o jogador de forma a impedir que este conseguisse atingir o objetivo, sendo que a este restava continuar a jogar. Para além de um exercício militar, o Tsu Chu era por vezes jogado como exibição em cerimónias especiais, como era o caso do aniversário do Imperador. Alguns imperadores chineses eram adeptos do desporto o que permitiu um aumento da popularidade do mesmo em todas as franjas populacionais.
A popularidade do desporto entre os chineses manteve-se até perto do séc. XX