Economia
A resenha está separada de acordo com os capítulos do livro.
Burgueses e proletários
A história de toda a sociedade até aqui é a história de lutas de classes. A nossa época, a época da burguesia, distingue-se, contu- do, por ter simplificado as oposições de classes. A sociedade toda cinde-se, cada vez mais, em dois grandes campos inimigos, em duas grandes classes que directamente se enfrentam: burgue- sia e proletariado.
Vemos, pois, como a burguesia moderna é ela própria o produto de um longo curso de desenvolvimento, de uma série de revolucionamentos no modo de produção e de intercâmbio
A burguesia desempenhou na história um papel altamente revolucionário. A burguesia, lá onde chegou à dominação, destruiu todas as relações feudais, patriarcais, idílicas. Rasgou sem misericórdia todos os variegados laços feudais que prendiam o homem aos seus superiores naturais e não deixou outro laço entre homem e homem que não o do interesse nu, o do insensível «pagamento a pronto». Afogou o frémito sagrado da exaltação pia, do entu- siasmo cavalheiresco, da melancolia pequeno-burguesa, na água gelada do cálculo egoísta. Resolveu a dignidade pessoal no va- lor de troca, e no lugar das inúmeras liberdades bem adquiri- das e certificadas pôs a liberdade única, sem escrúpulos, de comércio. Numa palavra, no lugar da exploração encoberta com ilusões políticas e religiosas, pôs a exploração seca, directa, despudorada, aberta.
A burguesia não pode existir sem revolucionar permanen- temente os instrumentos de produção, portanto as relações de produção, portanto as relações sociais todas.A burguesia, pelo rápido melhoramento de todos os instru- mentos de produção, pelas comunicações infinitamente facilita- das, arrasta todas as nações, mesmo as mais bárbaras, para a civilização. Os preços baratos das suas