Economia solidária
1 – INTRODUÇÃO
A Economia Solidária é um modelo alternativo de iniciativas que visam minimizar os efeitos deletérios da políticas neoliberais, seja na forma de cooperativas autogestionárias, como alternativas viáveis de organização social da produção. No Brasil este tema vem sendo cada vez mais relevante em virtude do grande número de falências de empresas industriais, bem como do crescente desemprego, desde a década de 1990. A questão central é que, admitindo como um dado de realidade a existência dos mercados, providos essencialmente pela lógica capitalista de produção, não são absolutamente claros os caminhos para o possível sucesso em empreendimentos não guiados por esta lógica. Há indícios, porém, de que elementos bem-sucedidos do “modelo japonês” podem servir como fontes de inspiração para este tipo de empreendimento.
2 – ASCENSÃO E QUEDA DO CAPITALISMO MODERNO
Como mostra a história econômica, a produção para o mercado pode dar-se através de diversas formas de organização social. A predominante nos últimos séculos tem sido a produção capitalista que implica trabalho assalariado e propriedade privada (e alheia ao trabalhador) dos meios de produção. A ela está associada um aparente processo tendencial de concentração da riqueza em mãos de cada vez menos pessoas. A questão diante de nós é saber se a produção através das formas de economia solidária, como a autogestão e as cooperativas, pode ter espaço próprio de sobrevivência sustentável no longo prazo nas economias capitalistas contemporâneas. Para responder a esta questão é preciso proceder a uma breve reflexão sobre a origem do capitalismo moderno. O desenvolvimento do modo “maquinofatureiro” de produzir deu origem à revolução industrial e progressivamente, com ela, gerou também uma base técnica — a eletromecânica — que lhe era então adequada. O amadurecimento da revolução industrial gerou, por sua vez, a modernidade ao generalizar o que havia de moderno embutido na