Economia solidária e cidadania
RESUMO O presente artigo tem por finalidade principal discutir e demonstrar a contribuição da Economia Solidária no que se refere à promoção da cidadania. Para tal, será exposta, num primeiro momento, a evolução da temática da Economia Solidária no país e, posteriormente, será analisada a questão do desenvolvimento da cidadania diante das transformações sociais e políticas ocorridas no Brasil. Em seguida será analisada a contribuição efetiva da Economia Solidária na seara do desenvolvimento da cidadania, no sentido de que a primeira contribui para que o indivíduo se redescubra como ente político e participativo dentro da sociedade..
Palavras-Chave: Gestão: economia solidária, cidadania, assistencialismo, clientelismo
1. INTRODUÇÃO É notória a crise histórica enfrentada pelo nosso país com relação à escassez do trabalho formal e pelo grande contingente de pessoas envolvidas com o trabalho informal. Nos últimos anos o Estado vem estimulando, por meio de políticas públicas de inclusão social, a transformação do trabalho informal em postos de trabalho formal. A Economia Solidária está inserida neste contexto como uma forma de economia plural que inclui e formaliza a economia informal, monetária e não monetária. De acordo com França Filho e Laville (2004, p.15) a economia solidária é definida como:
“uma outra economia que se gesta em diferentes partes do mundo a partir de iniciativas, sobretudo de natureza cooperativista e associativista, oriundas da sociedade civil e dos meios populares. Tais iniciativas assumem diferentes configurações, desde aquelas que criam o seu próprio circuito de produção e consumo, alimentando cadeias sócio-produtivas autônomas e, em alguns casos, fortemente baseadas em relações não-monetarizadas, até outras que empreendem relações mais permanentes com o mercado e desenvolvem diferentes tipos de parcerias com os poderes públicos. As formas assumidas por esta economia também variam de acordo com as diferentes