economia politica

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Ao longo do século XX, o Brasil passou por uma mudança brusca no que concerne à disposição de sua população nos âmbito rural e urbano. Antes, era nítido que a maior parte das pessoas habitava o campo, mas, em pouco tempo, a situação se inverte e as cidades urbanas passam a ser as mais ocupadas. Aquele antigo país, colonial, escravista e agrário, dá lugar a uma sociedade urbana, organizada em classes. Apesar da aparente mudança, a pura verdade é que a faceta de colônia não foi deixada efetivamente para trás, daí o dualismo “livre do açoite na senzala, preso na vala da favela”.
O negro, escravo, que antes sofria com o açoite, deixa de sofrer a violência física para sofrer a violência social, já que, em geral, está preso à miséria, pobre, sem oportunidades, ocupando favelas. Torna-se notável, desse modo, no Brasil moderno, reflexos negativos de seu passado: há enorme desigualdade entre as classes, grupos étnicos e até mesmo regiões do país. Essa disparidade é fruto de um processo de modernização que valoriza os eixos dominantes, ao ser baseaado no capitalismo, estruturado para explorar o trabalho humano, respaldado pela ideia equivocada de que, com o progresso, as injustiças seriam enfim superadas – pelo contrário, a tendência é que elas se agravem cada vez mais.
Os dominadores, ex-proprietários de escravos, se transformam nos patrões e capitalistas, que continuam, como antes, explorando a força de trabalho dos trabalhadores (se apoiando na chamada mais-valia dos salários) e permanecem com semelhante domínio econômico e político. Negros e negras, excluídos no passado e ainda no presente, se veem marginalizados, desfavorecidos, periféricos. Enquanto isso, as mídias burguesas criam a imagem de um país avançado, promissor, moderno, que supera as discrepâncias entre as fatias sociais. Por meio de propagandas que fazem a imagem de um país perfeito, porém ilusório, há uma “domesticação” da grande massa menos abastada.
É inevitável, portanto, que as críticas se

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