Economia da República Velha
Nos primeiros anos da República, a economia brasileira foi abalada pelo Encilhamento (1890-
1891) do ministro Rui Barbosa, pela Revolta da Armada, no Rio de Janeiro, e pela Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul. Os efeitos dessas crises atingiram em cheio o país, gerando déficit nas contas públicas — ou seja, as despesas do governo superaram as receitas —, falência de empresas e aumento no custo de vida. Para piorar a situação, teve início, em 1895, um longo período de queda nos preços do café, nossa principal fonte de divisas. Essa guinada foi causada por dois motivos: primeiro, pela crise econômica que em 1894 envolveu os países europeus e os Estados
Unidos, provocando sensível redução nas importações desses países e, consequentemente, drástica diminuição de nossas exportações de café. O segundo motivo foi o aumento descontrolado da produção a partir da safra de 1896-
1897. Como os mercados consumidores não se expandiam na mesma proporção, o crescimento contínuo do cultivo de café levou à superprodução e ao excessivo armazenamento do produto. Só para ter ideia da gravidade da crise, de urna safra de 7,2 milhões de sacas em 1897-1898, passamos para mais de 20 milhões em 1906-1907. Devido ao aumento da oferta, os preços do produto despencaram. Com o corte nas receitas, o país não teve como continuar pagando sua dívida externa. Em 1898, antes mesmo de tomar posse, o presidente eleito Campos Sales renegociou a dívida com banqueiros ingleses, de quem obteve um novo empréstimo de 10 milhões de libras esterlinas. A operação ficou conhecida como funding loan. Além de renegociar a dívida externa, Campos Sales colocou em prática um rigoroso programa para estabilizar a moeda e combater a inflação: retirou parte do papel-moeda em circulação, cortou gastos do governo e aumentou impostos. Só que, com essa última medida, a alta de preços acabou incidindo sobre muitos produtos de consumo popular, como bebidas, fumo, velas, calçados,