Economia Cristã
INTRODUÇÃO
“Chegasse grande parte dele a cair na servidão e cativeiro, ficando uns senhores e outro servos, foi sem dúvida um dos efeitos do pecado original de nossos primeiros pais Adão e Eva, donde se originaram todos os nossos males.” (p. 47).
“É certo que se Adão perseverasse no estado da inocência, em que Deus o criou, não haveria no mundo cativeiro, nem senhorio [...] então se entende ser alguém servo, quando as suas acções se dirigem, não ao bem próprio seu, senão de quem o domina.” (p. 47).
“Por isso o tal domínio não pode deixar de ser penoso e molesto aos que servem; pela qual razão no estado da inocência não podia haver domínio e senhorio de um homem para com outro homem.” (p. 48).
“E porque nas batalhas, que contra si davam as gentes, se achou que era mais humano não haver tanta efusão de sangue introduziu o direito das mesmas gentes que se perdoasse a vida aos que não resistiam [...] ficando estes com o domínio e senhorio perpétuo sobre os vencidos” (p. 48 – 49).
“Parece que cuidam muitos senhores que, por razão do senhorio, têm tão livre e absoluto domínio sobre os servos, como se fossem jumentos; de sorte que assim como ao jumento nenhuma obrigação deve seu dono, assim também nenhuma obrigação deve o senhor ao servo.” (p. 49).
“Mas é engano manifesto [...] porque também os senhores são servos dos mesmos que os servem.” (p. 49 – 50).
“De maneira que a diversidade, que há entre o senhor e o servo, não consiste em que o servo esteja obrigado ao senhor e não o senhor ao servo; mas na diversidade das obrigações, que reciprocamente devem um ao outro.” (p. 50).
“Mas que obrigações pode dever o senhor ao servo? [...] que ao servo se lhe deve dar o pão, o ensino e o trabalho.” (p. 50 – 51).
“Deve-se o pão ao servo, para que não desfaleça, o ensino para que não erre e o trabalho para que se não faça insolente.” (p. 51).
“[...] diz que lhes deve três