Economia Budista Os próprios economistas, como a maioria dos especialistas, sofrem geralmente de uma espécie de cegueira metafisica, assumindo que a sua ciência é uma ciência do absoluto e de plena de verdades invariáveis, sem pressuposições. Alguns foram tão longe como declarar que as leis económicas eram tão isentas da “metafísica” ou dos “valores” como a Lei da Gravidade. Não precisamos de, contudo, nos envolvermos na argumentação da metodologia. Pelo contrário, encaremos alguns pontos fundamentais e vejamos como eles se apresentam quando vistos por um economista moderno e por um economista budista. O ponto de vista Budista encara a função do trabalho como contendo três aspectos: para dar ao Homem a possibilidade de utilizar e desenvolver as suas faculdades; para lhe permitir a ultrapassagem do centramento no Ego juntando-o a outras pessoas desempenhando as mesmas tarefas; e levar até esse Homem os bens e serviços de que ele precisa para a sua existência. O ensinamento de Buda, por outro lado, garante uma atitude reverente e não violenta não somente para todos os seres cientes, mas também, com grande ênfase, a árvores. Cada seguidor de Buda deve plantar uma árvore todos os dois ou três anos e cuidar dela até que esteja firmemente estabelecida, e um economista budista pode demonstrar sem grande dificuldade que a observação universal desta regra iria resultar numa taxa elevada de desenvolvimento económico genuíno indepentemente de qualquer ajuda externa. Muita da decadência económica do sudoeste da Ásia (e de outras partes do mundo) deve-se indubitavelmente a esta vergonhosa e pouco inteligente negligência das árvores. E um ponto de vista budista, a verdade é que considerar os bens tão importantes como as pessoas e o consumo como mais importante que a atividade criativa. Isto significa mudar a ênfase do trabalhador para o produto do seu trabalho, ou seja, do humano para o sub-humano, uma rendição às forças do mal. O próprio começo do planeamento na